SEIS MESES SEM VIVIANE JARA E AINDA SEM RESPOSTAS SOBRE AS RESPONSABILIDADES DA CIRURGIA QUE A LEVOU À MORTE
Fizemos hoje (26) pela manhã uma passeata para marcar os seis meses de falecimento da nossa colega de luta e ex-presidente do Sinprefi, professora Viviane Jara Benitez. Nos concentramos na sede do sindicato e partimos, em caminhada, até o Hospital Municipal de Foz do Iguaçu. Estávamos entre amigos, familiares e colegas de profissão. Nosso objetivo foi buscar respostas sobre o que, de fato, aconteceu na cirurgia de retirada de útero feita pela Vivi, no dia 16 de fevereiro.
Ainda na concentração da passeata, a mãe dela, dona Doraci Jara lamentou: “Eu levei a minha filha caminhando, ela preencheu sozinha a sua ficha, carregou a própria bolsa, para voltar, depois de alguns dias num caixão?”. A atual presidente do Sinprefi, Viviane Fiorentin Dotto, ressaltou: “É um momento importante, porque depois de seis meses nós ainda estamos sem respostas. Uma cirurgia que era para ser simples, nos tirou uma pessoa. Nós só queremos justiça, queremos respostas.”
Passados seis meses, o Hospital Municipal, onde foi realizada a cirurgia de Viviane Jara Benitez, ainda não concluiu a sindicância interna que apura as responsabilidades relacionadas ao caso. A assessora jurídica do Sinprefi, dra Solange Machado, que também é advogada da família de Viviane Jara Benitez neste caso, justificou que a conclusão da sindicância interna é importantíssima para instruir a ação judicial promovida pelos familiares: “Já sabemos que houve erro médico durante a cirurgia. O médico cortou a veia uterina, suturou a barriga e demorou muito a reabordagem, gerando graves consequências. Por isso essa documentação complementar é indispensável, não podemos esperar mais!”.
Na chegada ao Hospital Municipal, um grupo de representantes dos manifestantes foi recebido pelo diretor do hospital, André Di Buriasco. Ele explicou o andamento da sindicância, esclareceu detalhes relacionados ao atendimento e garantiu que o médico responsável pela cirurgia de Viviane Jara Benitez não atua mais no hospital. “O contrato que tínhamos com a empresa dele foi rompido”, declarou. Em nota o hospital reiterou que: “Além de Procedimento Administrativo Disciplinar envolvendo toda equipe que teve contato com a paciente, o hospital também instaurou uma sindicância para apurar responsabilidades”. Também consta na nota que o hospital aguarda “o resultado da perícia médica que está sendo feita no prontuário para apontar com precisão e justiça as causas da morte precoce da professora.”
VIVIANE JARA: PRESENTE!