NÓS AVISAMOS: PREFEITURA RECUA E SUSPENDE AULAS PRESENCIAIS DEPOIS DE AUMENTO NO AVANÇO DA COVID-19
Já passa de 70 o número de profissionais contaminados pela COVID-19 na rede pública municipal de Foz. Alguns estão intubados, lutando pela vida. A ocupação de leitos de UTI no Hospital Municipal passa do limite há semanas. O desabafo do presidente da Fundação Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu, Sergio Fabriz, resume: “estamos enxugando gelo”.
O SINPREFI tornou pública a enorme contradição existente por parte do executivo municipal entre decretar restrição de circulação de pessoas e lockdown e manter as aulas e atividades presenciais. Realizamos inúmeras reuniões de alerta com o executivo. Não fomos ouvidos.
O aumento expressivo e trágico ocorreu depois de todos os profissionais da educação serem obrigados a cumprir horário de trabalho nas escolas e CMEI´s do município e depois de cinco escolas do município iniciarem projeto-piloto com aulas presenciais.
Ontem (28), via decreto municipal, o executivo voltou atrás:
Art. 3o
Ficam suspensas, pelo período de 15 dias, a partir de 31 de maio de 2021, as aulas presenciais na rede pública municipal e estadual de ensino, bem como nas instituições públicas de ensino Médio, Superior e de Pós-graduação, no âmbito do Município de Foz do Iguaçu.
A aparente preocupação tardia vem atrelada a outra medida preocupante: agentes de apoio, professores de nível III e I e técnicos desportivos, que prestaram concurso pra atuar nas escolas e CMEI´s, foram convocados pela prefeitura para trabalhar no enfrentamento direto à COVID-19, num claro desvio ilegal de função. Emitimos ofício formalizando esse entendimento e pedindo uma série de providências para preservar a saúde desses profissionais.
Hoje (28), representantes do SINPREFI acompanharam formações promovidas pela secretaria de saúde e Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) com os profissionais da educação convocados. Gera muita indignação ouvir dos servidores que conduziram as formações que HÁ CASOS DE COVID REGISTRADOS NAS ESCOLAS PARTICULARES E, APESAR DISSO, AS AULAS PRESENCIAIS NÃO FORAM SUSPENSAS NAS INSTITUIÇÕES PARTICULARES!
Admitiram que a atividade que os profissionais de saúde exercerão agora é mais perigosa do que as atividades desenvolvidas pelos agentes no CMEI´s. Além disso, os profissionais da educação convocados para atuar no monitoramento de pessoas que testaram positivo para COVID-19 não irão usufruir das determinações de decreto sobre a suspensão das atividades presenciais.