JUNHO É O MÊS INTERNACIONAL DO ORGULHO LGBTQIA+ E O SINPREFI ENTREVISTOU UMA DAS NOSSAS COLEGAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL EM BUSCA DE MAIS ENTENDIMENTO PARA O TEMA
Antonella Gessi de Lima
40 anos
Professora municipal concursada em Educação Infantil
Atualmente lotada na escola Melvin Jones APAE de Foz do Iguaçu
Pós-graduada em Educação Infantil
Educação Especial com ênfase em Inclusão
Mestranda na UNILA
SINPREFI: Como você se descobriu mulher?
ANTONELLA: Nunca me descobri mulher. Sempre fui mulher. Nasci mulher, sempre me senti mulher desde criança, mas como vivíamos numa conjuntura, antigamente, muito preconceituosa acabei me reprimindo, mas me assumi aos 21 anos como mulher.
SINPREFI: Qual o maior desafio que você enfrenta ou enfrentou como professora ?
ANTONELLA: Então, falar um pouco sobre a questão do que eu enfrentei é bastante difícil, porque o preconceito existe, inclusive, no meio dos educadores. O maior desafio foi demonstrar para minhas colegas de trabalho que eu sou tão profissional quanto elas, porque pela comunidade escolar – que seriam os pais e alunos – eu fui extremamente bem recebida, porque quando você conquista a criança automaticamente você tem o apoio e o carinho dos pais. O preconceito é algo que o ser humano desenvolve e quebrar paradigmas no meio escolar foi difícil tendo em vista que muitos colegas são preconceituosos, mas encontrei em meus alunos, famílias e alguns colegas apoio e carinho.
SINPREFI: Você poderia exemplificar situações de preconceito que já viveu no ambiente escolar?
ANTONELLA: Assédio por parte de uma ex-coordenadora que afirmava que queria ver minha genital; usar meu nome de batismo em cursos de formação de professores e me obrigar a usar crachá com o mesmo para escancarar que sou travesti; brincadeiras de colegas comigo no masculino; realizar denúncias junto à SMED de preconceito e meus superiores dizerem que não iriam escutar, pois era brincadeira.
SINPREFI: Tem algo que não perguntamos e que você gostaria de tornar público?
ANTONELLA: Que a comunidade LGBT tem os mesmos direitos de tomar seus espaços sociais, seja na educação, como no mercado de trabalho. Lutar por esses direitos e, principalmente, pelo respeito é triste, pois somos seres humanos como qualquer outra pessoa, temos os mesmos sentimentos e anseios que uma pessoa cisgênero [pessoa que se identifica completamente com o seu gênero de nascimento].
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