A diretora de políticas sindicais do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (SINPREFI), Viviane Jara Benitez, ministrou, na noite de quarta (18), oficina sobre “Precarização do Trabalho na Educação Infantil”, durante a XVII Semana Acadêmica e XIV Jornada de Estudos Pedagógicos do Curso de Pedagogia da UNIOESTE – Campus Foz do Iguaçu. Dentre os participantes estavam a presidente do SINPREFI, Marli Maraschin de Queiroz, acadêmicos de Pedagogia, professores, agentes de apoio, diretores e outros interessados.
Viviane iniciou sua fala fazendo uma breve introdução sobre o processo de precarização na educação infantil e fez resumo da sua história como educadora na cidade de Foz. Formou-se em Pedagogia pela UNIOESTE em 2013 e passou no concurso para professora do ensino fundamental e em 2012. Atuou como estagiária em um CMEI por dois anos, entre os anos de 1999 e 1998, e compartilhou a experiência que viveu nessa instituição. “Usávamos mimeógrafo, tínhamos pouco material didático para trabalhar com as crianças e tudo era muito precário”, explica Viviane. Acrescentou, contando um pouco da diferença entre o ensino público e privado, “Fui trabalhar em uma escola particular com turmas de educação infantil e a realidade era completamente diferente. Me questionava todos os dias por que existia tanta diferença entre um e outro. Depois de um tempo que voltei para uma instituição de ensino público, no ano de 2011, percebi que a estrutura e as condições tinham melhorado muito e hoje existem muitos CMEIS iguais aos espaços de muitas escolas particulares. Mas na instituição na qual atuei enfrentava a mesma falta de estrutura que vivenciei na década de 90. Não tínhamos ar condicionado, as paredes eram mofadas e não havia espaço adequado para brincar.” Concluiu a fala enfatizando que é papel do sindicato contribuir com a formação dos profissionais da educação, demonstrou satisfação em estar participando e justificou a escolha das três convidadas, afirmando que o curso de pedagogia da UNIOESTE é o principal formador dos profissionais da educação da rede pública municipal de Foz do Iguaçu.
Em seguida, a oficina foi conduzida pela professora Márcia Antonia Miranda Barreto, também formada em Pedagogia pela UNIOESTE, em 2005, convidada por Viviane para compartilhar sua experiência como JP 40 (função de jornada de 40 horas semanais). Márcia contou um pouco da transição das creches para CMEI’s, que pertenciam à Secretaria da Criança e do Adolescente extinta tempos depois. Comentou também que em sua atuação na escola estava ligada à Secretaria de Ação Social e posteriormente, no retorno da escola, os pertenceu ao quadro administrativo da Secretaria de Educação. “Quando o Centro de Educação Infantil foi instituído, havia uma dificuldade de entender que aquelas crianças precisariam ser ensinadas e não mais apenas cuidadas”, disse Márcia. Na volta do intervalo, a professora da UNIOESTE, Flávia Anastácio fez uma breve introdução sobre os motivos que levam o trabalho em CMEI´s ser tão precarizado.
Ana Paula Rauber, pedagoga formada pela UNIOESTE, em 2016, e professora infantil, também contribuiu com o tema da oficina abordando a valorização do professor com a implementação do Plano de Carreira do Magistério. “O Plano nos ajudou a garantir nossos direitos.” A professora também falou sobre a importância da hora-atividade, a melhora do piso salarial e a oportunidade que se tem de avançar e da luta de direitos do profissional da educação individualmente e pela categoria. Posteriormente à fala da Ana Paula, os participantes da oficina ouviram a, atualmente professora do ensino fundamental e também formada pelo curso de pedagogia da UNIOESTE, em 2018, Mônica Michelle Machado da Cruz, que assumiu o concurso como agente de apoio. Mônica trouxe um pouco da realidade que viveu como agente de apoio. Comentou em uma de suas falas sobre a criação do cargo para suprir uma necessidade administrativa da época e a falta de reconhecimento e formação para esse profissional. Esse tema gerou debate e uma comparação: um policial, por exemplo, antes de assumir efetivamente sua função, fica fazendo formações, provas e capacitações, já o agente de apoio iniciou em função na educação, sem a formação adequada.
O SINPREFI considera que a criação e o estímulo de espaços de debate, como esse proposto pela UNIOESTE, são extremamente saudáveis para o desenvolvimento de estratégias que possam contribuir ainda mais para a valorização dos profissionais da educação.
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