Professores e profissionais da educação da rede municipal de Foz do Iguaçu realizaram, na quarta-feira (17 de dezembro), um protesto em frente à Prefeitura contra a proposta de alteração da Matriz Curricular para 2026, apresentada pela Secretaria Municipal de Educação. A mobilização teve início às 12h, durante o horário de almoço dos profissionais, e foi marcada por cobranças por diálogo e respeito à realidade das escolas.
A principal insatisfação da categoria está na inclusão das disciplinas de Língua Inglesa e Robótica sem a existência de profissionais habilitados nem de estrutura adequada nas unidades escolares para a oferta dessas aulas. Segundo os educadores, a proposta prevê ainda a redução da carga horária de disciplinas consideradas essenciais, como Língua Portuguesa, Geografia e Ciências, o que pode comprometer o processo de ensino-aprendizagem.
A categoria afirma não ser contrária à implementação de novas áreas do conhecimento, mas defende que isso ocorra de forma planejada e gradativa, com ampliação da carga horária escolar, possibilidade de ensino em tempo integral e contratação de profissionais qualificados, de modo a não prejudicar a formação dos alunos.
Outro ponto central do protesto é a falta de diálogo. De acordo com os professores, a decisão foi tomada de forma unilateral pela Secretária Municipal de Educação, Silvana Garcia, sem consulta prévia aos profissionais da rede e sem um levantamento das condições reais das escolas para a implantação do novo modelo.
Ao longo do dia, representantes do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi) participaram de reuniões com o Executivo municipal, porém não houve acordo. Diante do impasse, os profissionais voltaram a se reunir às 18h, em Assembleia Geral, também em frente à Prefeitura.
Na assembleia, a categoria deliberou pela rejeição da proposta apresentada pela SMED e decidiu manter o estado de greve, que segue até 2 de fevereiro de 2026, quando está prevista uma nova assembleia com o retorno das aulas. O sindicato reforça que, nas condições atuais, não há estrutura física nem profissionais capacitados suficientes para atender às exigências da nova matriz curricular, que, segundo os educadores, vem sendo apresentada sem considerar a realidade das escolas.

