REPRESENTANTES DE ESCOLAS E CMEIS APRESENTAM AO SINPREFI O POSICIONAMENTO SOBRE RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS
O início do ano letivo de forma híbrida (presencial e remota) na rede pública municipal de ensino, a partir de março, preocupa os profissionais da educação das escolas municipais e CMEIs quanto à aprendizagem das crianças e preservação da saúde delas e dos próprios profissionais da educação.
Esses foram os principais apontamentos feitos pelos representantes das unidades escolares do município durante a videoconferência promovida pelo SINPREFI nesta segunda-feira (8), que contou com a participação de 40 pessoas.
São muitas as dúvidas e principalmente as consequências que podem ocorrer com esse modelo híbrido em parte da turma acompanhará a aula presencialmente (na escola) e outra parte de maneira remota. Em sala, serão necessárias adequações como: respeitar o distanciamento de dois metros, uso de máscara, uso de álcool em gel e limpeza e desinfecção constante do ambiente.
No Ensino Fundamental e, principalmente, no Infantil são atendidas crianças em uma faixa etária em que não são capazes de cuidar da própria saúde e isso será uma grande responsabilidade que vai recair sobre os professores nesse contexto de pandemia. Pode haver algum indivíduo assintomático em sala e, sem que ninguém perceba, pode surgir um surto da doença na escola, colocando em risco os alunos, os profissionais da educação e os familiares.
Para os professores dos CMEIs o modelo presencial não é viável por comprometer o aprendizado dos alunos. O ensino nessa fase é baseado em atividades de contato entre professores e alunos, colegas de classe e muita interatividade na brinquedoteca e no parquinho. Em sala, além do conteúdo pedagógico, será necessário trabalhar a distância entre as crianças, fazer a limpeza dos objetos a cada manuseio, cuidar para que todos usem máscara. A pergunta é: como evitar o contato se nesta faixa etária o aluno precisa de ajuda para se alimentar e ir ao banheiro?
Outro fator é a questão dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs, disponibilizados para cada escola e CMEI. Professores receberam máscaras e apenas dois jalecos, o que não julgam suficiente para fazer a alternância, principalmente para aqueles profissionais que atuam em várias turmas ou lecionam em duas escolas. Os estagiários não foram contemplados com EPIs. Em algumas unidades faltam funcionários na área de limpeza, cozinheiras, ainda para o caso de substituição de professores, afastados por problemas de saúde.
A preocupação com um padrão genérico de cuidados se justifica porque cada unidade escolar tem uma estrutura diferente, tanto no tamanho das salas de aulas, como nos espaços abertos e no número de alunos, além de uma realidade diferenciada no atendimento prestado como: alunos autistas, cadeirantes, etc. A proposta é que as aulas presenciais só sejam retomadas quando todos forem vacinados, professores e alunos, e após redução efetiva da Covid-19.
Além dessa reunião on-line, o SINPREFI elaborou e disponibilizou um questionário on-line para ser respondido pelos servidores da educação até amanhã (quarta). O objetivo é formalizar a opinião da categoria sobre a volta à escola em tempos de pandemia. O resultado desse levantamento será apresentado durante Assembleia Geral on-line marcada para esta quarta-feira (10), às 18h30. Os dados também constarão num documento que o sindicato enviará ao prefeito Chico Brasileiro e à Secretaria Municipal da Educação com o posicionamento da categoria sobre retomada das aulas no formato proposto pela Secretaria Municipal de Educação.